quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Doce incômodo




A distância, de tão grande, é tão estranha.
Seu jeito faz as células da conjuntiva iniciarem a dança da chuva nos olhos;
Faz despertar terremoto no fundo do mar, trazendo gigantescas ondas de lembrança, enxurrada de emoções marcadas em papéis esquecidos nos bolsos das calças jeans.

A ausência, tão constante, desequilíbrio de sistema, quebra de homeostase; fere o regime estacionário, leva a verborragia intensa, que é tentativa frustrada de ter presença, ao menos por um segundo.
Há tempos que vem como leve brisa a pentear os cabelos, acariciando o rosto dum mortal; noutros, ela vem, parasita, se alimentando das fibras do coração, putrefando qualquer felicidade.
Não sei.

Será isso saudade?

Enquanto os questionamentos batem com ímpeto no meu rosto, eu fico aqui, que nem boba, tecendo palavras [vis], um misto de sensações goteja na alma, criando as estalagmites e estalactites, retratos dos tempos passados, o passado que restou na memória, beirando as folhas de caderno.



P.S.: Foi a forma menos complicada que achei para falar sobre isso que tanto me incomoda. Todos seguem, seguiram, seu rumos. A esperança é que o passado ainda existe, ou luta para ainda existir, na memória.
Breve algo realmente bom.

3 comentários:

  1. Uau...
    eu não tinha visto este texto...
    Bem...não queria me tornar um passado na memória.
    Há tantos desencontros na vida. Mas, lutemos para que não termine assim, ãnh?
    amo-te amiga.
    beijo.

    Ps:imagina se vc resolve falar difícil...
    rsrsrs...

    ResponderExcluir
  2. O passado tem que existir pra nos fazer lembrar que fomos e somos felizes de verdade.
    Mesmo em meio aos esquecimentos e falha memória de outros, tenho certeza que ainda resta fragmentos!


    Como sempre mandando muito bem nega!

    Bjiins
    da amiga que mesmo distante está perto!

    Lori

    ResponderExcluir
  3. Saudade... é essa presença constante da ausência!
    Lindo texto Kel!

    ResponderExcluir