segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Desejo diurno



No correr de 4 tempos, tanta história, tanto silêncio.
Esperança me resta de que botões brancos - vívidos, murchos e os que inda esboçam corpo de semente - perdoem a franca pausa na partitura de nossa cantiga (de eternidade).
Hoje quis que os céus tocassem a valsa favorita para que em teus braços, um porto, meu corpo dançasse junto ao seu, ao som dos palpites do coração.
Outra hora quis que os ventos trouxessem teu cheiro. Sim... Cada suspirar teria tua graça, en-canto, seu riso.
Ah, o riso... A cantiga silenciada que reverbera aos meus ouvidos, de memória, das contáveis tardes de doce ócio, onde o castanhar dos olhos teus se misturavam ao azul do céu em verão.
Que desejar ao teu coração (,) amado (,) amante?
Desejei toque, valsa, tom, gosto, dengo... Dos maiores sentimentos, resta-me o sentir calejado do entrelaçar dos dedos em compromisso, em proteção, em determinado (,) indeterminado na direção de outros desejos sobrepostos, intercalados, soberano's' - ao nosso. Assim.
[Nos leves sentidos, golpeou-me o tempo ao recordar duas despedidas.]
O coração, pedaços em cicatriznão desistiu do som daquela velha atual cantiga.





P.S.: Cada episódio se torna mais difícil de (d)escrever...